BLOG SPORT BIKE

"NUNCA ANDE PELO CAMINHO TRAÇADO, POIS ELE CONDUZ SOMENTE ATÉ AONDE OS OUTROS FORAM". Alexander Grahan Bell.

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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Vontade de não parar mais de pedalar

Na apresentação do meu blog, comentei sobre voltar a pedalar depois de muitos anos sem lembrar da sensação do que era andar de bicicleta. Hoje, o "ato" de pedalar vai muito além de se equilibrar sobre duas rodas. Pura aventura!!! Adrenalina correndo solta. A vontade de ir cada vez mais longe e veloz. Foram três meses de muito treino para adquirir ritmo até enfrentar a primeira e inesquecível aventura. Era um sábado, 29 de novembro de 2008. Hospedamo-nos num hotel, na praia das Toninhas, em Ubatuba - litoral norte de São Paulo. Os ponteiros do relógio marcavam 7:15hs da matina, todos nós já havíamos tomado um reforçado café da manhã, prontos para o grande desafio daquele fim de semana nublado, é verdade, mas o mormaço estava forte. Rodovia Rio-Santos. Nosso destino? A mais importante cidade literária do Estado do Rio de Janeiro: a formosa Paraty. Éramos 11 ciclistas, dentre eles, havia os mais experientes e os "caronas", que chamo de novatos. Bem, confesso que estava entre os "caronas" até pelo fato de ainda não ter tanta intimidade com a magrela. Logo o pessoal da frente saiu em disparada, deixando-nos para trás. Na primeira subida da Serra senti o drama e resolvi diminuir o ritmo para poupar energia, pensando em concluir o percurso de nada mais, nada menos, 85 quilômetros. Pode parecer pouco, mas inexperiente como eu, essa distância era uma loucura. Fomos bem aparelhados e escoltados por uma pick-up, que ainda puxava uma carretinha para trazer nossas "amigas" de volta. Mais dois veículos, conduzidos por belas garotas (Rose, Viviane e Sá), também nos deram apoio, tanto moral - na ida -, quanto físico - no retorno a Ubatuba. Teve gente que simplesmente desmaiou (maior cochilo) na hora de voltar para o hotel, um docinho de pessoa, também pelo nome de Kokadinha (Papa Terra), o cara tem de ser gente boa, mesmo!!! Voltando ao grande desafio pessoal, só fui alcançar a "elite" nos primeiros 40 kms. Nosso guardião, Josi, lá estava com a pick-up e com nossos suplementos. Ficamos uns 15 minutos até nos abastecer o suficiente para chegarmos bem. Bem, estava até início de uma subidinha, digamos light, só 8 kms, nada mais, e que fizemos em 1 hora. Pernas para que te quero... coitadinha delas. No meio dessa subida, uma vista que garanto não ser miragem. Uma lindíssima queda d'água. Não pensei duas vezes... nem o meu companheiro de pedal, Diego. Paramos durante 5 minutos, tempo suficiente para ele ouvir bobagem do senhorzinho que tem um bar naquele local. Qual foi a queixa??? Coitada da bike, estava atrapalhando a circulação dos visitantes. Aaah, tenha dó, vovô!!! Quando aprender o significado da palavra "scott", ele não reclamará mais de nenhum ciclista, garanto! E fomos embora. Mais um pouco de sacrifício e pronto! Finalmente concluímos a tal subida. Naquela altura do campeonato, ou melhor, da pedalada, o mormaço já havia cedido lugar ao sol fortíssimo, de queimar mesmo. De repente o tempo simplesmente fechou, na descida da Serra (10 kms de pura adrenalina), e desabou aquela água. Era como se fosse um prêmio para compensar o esforço anterior. O tempo voltou a abrir, o sol a sorrir e nós a chorar. Uma reta (já próxima de Paraty) interminável, tornou-se um suplício. Agora era cada um por si e em seu próprio ritmo, pois o cansaço era imenso. Concentração, ritmo e determinação foram os quisitos primordiais para completarmos o pedal. Nesse momento estava só. Evitava ao máximo olhar para frente, apenas o suficiente para saber se havia algum obstáculo adiante. Minha atenção estava fixada na pista, para o asfalto, sempre de cabeça baixa, concentrado para superar aquele final de reta. Passando pelo Iate Clube, faltavam poucos metros até contornar o balão de acesso à Paraty, quando ouço uns assovios e gritos vindos de um posto de combustível. Eram meus amigos da "elite". A emoção de chegar foi grande. Ao parar a bike amiga, não tinha força para descer. Foi quando se aproximou o Dani para segurar a magrela, também esgotada, sem reclamar. Outro amigo, não me recordo quem, puxou a cadeira para eu sentar, e um terceiro trouxe um copo de cerveja gelaaaaaada! Aquela loira desceu como água. Atendimento de primeira classe. Não acreditava que havia completado aqueles 85 kms em 4,5hs. Passaram-se alguns minutos e lá estava o Diego, outro exausto chegando, porém vivo! E depois, os três mosqueteiros: Tarcisio, Marco e Ton. Bebemos, bebemos e bebemos... tudo bem... quem nos trouxeram de volta foram as belas garotas, nada bobinhas. Enquanto nos matávamos sadiamente pedalando, suando, e nos queimando... lá estavam elas, no centrinho de Paraty, fazendo suas comprinhas. A verdade é uma só: essa experiência de pegar "pista" só fez crescer a minha vontade de não parar mais de pedalar. Valeu Pessoal!!! Novembro está próximo.
Pedal_Aventura Ubatuba-Paraty: "Elite" - Dani, Samuel, Márcio Batata, Kokadinha, Agnaldo, Odair; "dupla do meio" - Diego e eu (Anthony); três mosqueteiros - Tarcisio, Marco e Ton; Apoio - Josi; Nossas motoristas particulares: Rose, Viviane e Sá.
Lembre-se, amante do ciclismo, jamais esqueça os equipamentos básicos de segurança: capacete, luvas e óculos.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vencer seus próprios limites

Voltar a pedalar depois de 27 anos não foi tão fácil, mas também, nada impossível. O que me ajudou foram as corridas de rua (pedestre) das quais já praticava ainda quando... digamos, mais jovem. Depois, fiquei aproximadamente 10 anos parado, sem realizar, se quer, uma atividade física até o estresse do dia-a-dia me levar num cardiologista. Isso mesmo, fui parar em um consultório médico devido a crises de aritmia cardiaca. Nesse período engordei 16 quilos. Nos últimos 9 anos o ponteiro da balança subiu, subiu e subiu... mas, calma!!! Não precisa assustar, pois agora, sim, condidero-me "magro", ainda mais para quem tem 1,88 metros de altura e pesava 69,5 quilos, realmente, agora, com os meus 86 quilos, sou magro. O médic0, claro, não podia ser diferente, queria me empurrar remédios que teria de tomar para o resto da vida. A segunda opção era, simplesmente, "me cuidar". Diante tal situação, preferi, então, "correr" atrás do prejuízo e retornar às atividades físicas, desde que respeitasse os meus próprios limites (recomendação do doutor). Voltei a correr no mínimo 5 quilômetros, três vezes por semana, depois passei para 7 kms - com o coração saltando pela boca -, em seguida arrisquei os 10kms, depois os 12 kms, e no final de um ano lá estava eu no meio daquela multidão, na avenida mais paulista das paulistas para correr os 15 kms da São Silvestre! No final da minha primeira corrida internacional, senti que além de ter sobrado fôlego, restou muita energia para queimar, então, os próximos passos... ou pernadas, foram atingir à distância de 21 kms, ou seja, chegar numa meia-maratona... e consegui!!!
Logo conheci, através da minha querida e amada, Sá, um grupo de ciclistas (Pedal_aventura) no município de Indaiatuba, 20 kms de Campinas, interior de São Paulo, até experimentar essas novas "máquinas" de pedalar. As bicicletas de hoje são, indiscutivelmente, máquinas pela facilidade de locomoção, de subir e descer morros, graças à tecnologia adotada e nada comparada com as bicicletas de 30 anos atrás. Experimentei, gostei e, logo, comprei a minha... daí em diante não parei mais de pedalar e nem de correr. Quanto a minha aritmia? Ela vai bem, obrigado. As vezes dá um sinalzinho aqui outro ali só para me lembrar que ainda não cumpri com todos os cuidados que devo tomar. Um deles, o que resta, é o de cortar o regrigerante tipo "Cola" por conter cafeína e outras químicas, mas confesso que diminuí muito. Hoje, já sei o que é água e nos tornamos grande amigos. Há quase um ano de pedaladas, já consigo completar percursos mais longos, entre 80 e 100 kms, com muita disposição e, principalmente, determinação. Em cada percurso um novo desafio, ou seja, vencer os próprios limites, não se esquecendo de ter cautela e moderação.

Lembre-se, amante do ciclismo, jamais esqueça os equipamentos básicos de segurança: capacete, luvas e óculos.